terça-feira, 10 de fevereiro de 2015

Há factos da nossa vida que nos mudam ou que nos marcam, ou simplesmente os dois. Não sou grande fã de mudanças, nunca fui e penso nunca o vir a ser. A verdade é que às vezes as mudanças são precisas fazer, e umas vezes até são para melhor, mas tenho medo. Acho que o que me aflige sobre mudanças é não saber bem o que me espera.
Quando tinha os meus quatro anos, a minha avó saiu de Lisboa e, assim sendo, eu não pude continuar no infantário que ficava perto da casa dela. Assim, estava em tempos de mudança. O novo infantário era o mais diferente possível do anterior. O recreio era maior, não tinha baloiços, não tinha os meus amigos, tinha escadas e um ar muito mais antigo. Senti-me estranha quase como se não pertencesse ali, sentia-me triste. Mas a minha adaptação acabou por ser boa, fiz novos amigos e a minha educadora era bestial. Afinal, esta mudança tinha-se revelado boa.
Poucos anos depois, tive uma das maiores notícias da minha vida. Ia ter um irmão. Não aceitei bem a notícia. Para mim a sua chegada era uma situação confusa e potencialmente problemática. Os bebés são chatos e tiram a atenção toda, de toda a gente. Eu não estava preparada para ser deixada de parte como irmã mais velha. Mas não havia nada a fazer, tinha de lidar com a situação, afinal, era a vida do meu pai e eu não podia ser egoísta. Acabei por gostar de ter um irmão.
Já mais velha, com dez anos, uma outra mudança se deu na minha vida. Desta vez, uma que todas as crianças passam: a ida para o quinto ano. Adorei a ideia de poder ir para a escola “dos mais crescidos” aprender coisas novas, mas confesso que não gostei muito da escola. Claro que houve momentos fantásticos, mas estava desejosa por sair dali. Sentia que não me enquadrava na escola.
As mudanças nem sempre têm que ser más mas também nem sempre têm de ser boas. Acima de tudo às vezes temos de aprender a lidar com as coisas e fazer o melhor que podemos de cada uma delas. Acho que o segredo é usar tudo o que passa no nosso caminho a nosso favor. Afinal, se temos mesmo de passar por essas coisas, porque não aproveitar o que nelas há de bom e aprender umas coisinhas?


Violeta

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