segunda-feira, 3 de novembro de 2014

Olá avô,


Já há bastante tempo que não nos vemos nem falamos, mas eu lembro-me diariamente de ti. Quando ainda cá estavas discutíamos imenso e pouco era o carinho que demonstrava por ti, mas hoje arrependo-me muito do valor que não te dei quando ainda estavas entre nós. Foi em 2007 que percebi que realmente fazias falta. Recordo-me de discutir contigo para mudares de canal quando estavas a ver os jogos de futebol, passávamos algum tempo a teimar um com o outro, mas mesmo assim eu precisava de ti. Sei que sofreste muito antes de partires e esse sofrimento durou muitos anos, apesar de ninguém me ter contado nem explicado na altura a doença que tinhas, simplesmente via que em ti faltava um sorriso sem dores físicas e psicológicas, e infelizmente não tive oportunidade de dizer adeus. Sei que olhas por mim aí em cima, porque é o que as estrelas fazem quando anoitece, brilham para cuidar de nós. Um dia vou voltar a ver-te sorrir, e vou poder entregar-te pessoalmente esta carta, enquanto esse dia não chega, quero que saibas que nenhum dos que te amavam se esqueceu de ti, como também sei que não te esqueceste de nós. Obrigado pelas poucas memórias de que me lembro,mas se me lembro é porque foram boas.

Adoro-te avô


Dala 

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