sexta-feira, 2 de janeiro de 2015



Nesta quadra natalícia, recordo sempre o Natal em casa dos meus avós.
O meu pai acordava-nos “ao nascer do sol”, nós saltávamos da cama sem dificuldade pois era um dia de felicidade.
Assim que lá chegávamos,  cheirava a lareira, a terra molhada e a campo.
No dia 24, acordávamos cedo para preparar a ceia de Natal. O meu avô acendia a lareira com grandes troncos de sobreiro para durar o dia inteiro, a minha avó, começava por fazer os doces: a sericaia, o bolo real, as filhoses, as azevias, os sonhos, as rabanadas e o arroz doce.
Os meus tios e primos começavam a chegar, todos juntos acabávamos por dar os últimos retoques à árvore de natal, ao presépio, finalizando por colocarmos as prendas.
A árvore era montada num canto da sala com muito espaço, pois era enorme e as prendas eram muitas.
Pelas oito horas, estávamos todos à mesa a confraternizar, era uma alegria, a mesa estava cheia de comida, o jantar durava horas, comíamos o bacalhau acompanhado com batatas cozidas, couves, cenouras e os ovos, para quem não gostasse tinha a opção do perú recheado. Após o jantar servia-se o tão esperado momento "os doces". 
À noite, saíamos à rua para ir ver a enorme fogueira, fazíamos jogos tradicionais, conversávamos com amigos e vizinhos e assávamos o chouriço.
Mais tarde, voltávamos para casa, para abrir os presentes. Era uma alegria, que não tinha palavras,  principalmente para as criança, o espírito natalício pairava no ar!
No dia seguinte  de regresso para casa, a fogueira ainda mantinha umas brasas...


Filipa Costa 



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