terça-feira, 13 de janeiro de 2015

Era o ano de 2009 e o cineteatro estava cheio , todas aquelas pessoas estavam lá para nos ouvir cantar. A musica era alta , feita apenas com as nossas vozes em coro, era uma musica de natal. Vi a minha mãe no fundo da sala , lembro-me como me senti feliz por a ver , não era costume estar presente naquele tipo de eventos. Há medida que projectava a minha voz comecei a olhar à minha volta , para os meus colegas e amigos de infância. Foi nesse momento que me apercebi que nunca mais os voltaria a ver, um estranho sentimento de tristeza misturada com alegria invadiu a minha alma.
Os amigos já tinham ficado para trás e a casa estava prestes a ficar também. Tentei absorver o maior numero de memorias possíveis daquele lugar, como as vezes que eu jogava à bola com o meu irmão mesmo dentro de casa, os nossos animais de estimação que com o tempo tinham partido, as festas de aniversario e outras ocasiões quando a família vinha de tão longe apenas para estar connosco, eram milhares as recordações , todas elas reconfortantes, mesmo as tristes.
O facto de entrar numa nova escola foi o mais difícil e foi quando as saudades me atingiram , saudades dos meus colegas , da minha antiga escola , das ruas calmas da pequena cidade , tudo… Naquele novo lugar as pessoas não eram aquilo que aparentavam ser , eram maus e ridículos aos meus olhos , talvez fosse a dor da distancia a falar mais alto.

Os anos passaram e agora em 2015 as saudades ainda permanecem, mas com menos intensidade. Não voltei à pequena cidade , pretendo voltar, talvez um dia. Por enquanto estou feliz. Mudar foi o melhor, e penso que me modifiquei com isso. Como a minha vida podia ser diferente neste momento se não fosse por um simples acontecimento. 

Jára 

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