sexta-feira, 16 de janeiro de 2015

Londres, 6 de Março de 2020
Meu querido:

 Não sei bem o motivo de te estar a escrever esta carta, mas preciso de tirar algumas coisas da minha cabeça e tenho esperança que isto me ajude.
 Sei que já passaram dois anos desde que vim viver para Londres, e que a nossa relação terminou pouco tempo depois de ter tomado essa decisão.
 Ultimamente tenho me lembrado bastante de como tudo começou, na escola tínhamos alguns amigos em comum e por isso começámos a passar bastante tempo juntos. Aos poucos a nossa timidez foi passando e a nossa amizade foi crescendo até se tornar em algo mais. 
 Eras um rapaz simpático com toda a gente, e a tua beleza, tanto interior como exterior, atraía a atenção de muitas raparigas, o que me deixava bastante desconfortável, mas com o tempo percebi que era algo desnecessário.
 Lembro-me perfeitamente, como se fosse ontem, de grande parte do tempo que passámos juntos, o dia em que me pediste em namoro, o dia em que te apresentei aos meus pais, o último dia de aulas do 12° ano, o primeiro dia de aulas na universidade, o dia em que vim para Londres... e o dia em que tudo acabou.
 Mas a verdade é que crescemos juntos, aprendemos a conciliar as nossas diferenças, aprendemos a lidar com o feitio um do outro, mas acima de tudo fizeste de mim uma pessoa melhor, e fizeste com que desse um novo significado à palavra "amor".
 Foi difícil sabes? A nossa separação fez me sentir como nunca me tinha sentido antes, pois ao perder-te perdi uma grande parte de mim. Mas será que a culpa foi toda minha? Faço esta pergunta a mim mesma todos os dias desde a nossa separação, e ainda não consegui encontrar a resposta.
 Espero que entendas que a minha intenção nunca foi magoar-te e que tudo o que fiz foi por te amar, e que talvez um dia me consigas perdoar.
 Em breve estarei em Portugal para visitar a minha família, talvez pudéssemos ir tomar um café, pôr a conversa em dia... 
 Aguardo ansiosamente a tua resposta.

A Escritora Desconhecida 

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